segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Salário de jovens profissionais está em alta




Profissionais com idade entre 20 e 30 anos ganhando, logo de cara, R$ 7,5 mil mensais em média? Segundo a empresa de recrutamento Page Personnel, essa é uma das realidades salariais vividas atualmente na cidade de São Paulo.

A consultoria fez um levantamento a partir dos salários oferecidos em julho deste ano para 30 mil jovens candidatos de São Paulo, do Rio de Janeiro e do interior paulista. Detectou que, por exemplo, o pagamento para um administrador de banco de dados júnior teria crescido 88% do ano passado para cá, chegando a R$ 4,7 mil.

A empresa não sabe dizer quantos dos consultados vivem na capital paulista nem especifica o perfil dos participantes (se têm Ensino Superior completo, certo tempo de carreira etc). “As pessoas com as quais conversamos devem ter entre 5 e 10 anos de carreira”, estima o diretor executivo da Page Personnel, Roberto Picino.

Na interpretação da recrutadora, o aumento (verificado também em áreas como a administrativa, bancária, financeira, de vendas, de seguros, engenharia, construção e recursos humanos) representaria um inchaço na folha de pagamento das empresas paulistanas. Mesmo que, dos 204 cargos consultados, apenas 17 tenham indicado salários ofertados maiores (enquanto outros cinco tiveram rendimentos reduzidos).

Além disso, os rendimentos classificados pela companhia são brutos, ou seja, incluem benefícios que, no fim do mês, levam à conta do trabalhador um valor menor que o número apresentado.

 “Uma pesquisa salarial deve ser feita com quem está trabalhando, a partir de uma amostra de cargos. De modo geral, os salários cresceram para as áreas técnicas, mas dentro de uma média geral de 10%”, diz o coordenador dos cursos de pós-graduação em recursos humanos da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Benedito Pontes.

Plano de carreira
O professor trabalha na área de remuneração há 25 anos, presta consultoria para grandes empresas e é autor de livros como “Administração de Cargos e Salários”, publicado pela LTR e atualmente na 15ª edição. Ele cita como exemplo a área de exploração petrolífera, em que a falta de mão de obra especializada e a urgência de contratação faz com que sejam ofertadas remunerações mensais a partir de R$ 6 mil.

Ainda segundo o estudioso, a faixa etária pesquisada teria o hábito de não permanecer por muito tempo numa empresa só. “Atuo como consultor numa das empresas mais desejadas por jovens. Ela não aumentou muito os salários que oferece, mas apresenta uma perspectiva de crescimento para quem ingressa lá. Em vez de entrar na luta da barganha salarial, as empresas deveriam ter melhores políticas de RH, inclusive com cursos de aperfeiçoamento.”

Foi exatamente a busca por maior estabilidade que fez o programador Fabio Nunes Delgado, de 22 anos, deixar a companhia onde trabalhava antes para ganhar menos (cerca de R$ 2 mil) numa nova empresa, onde lhe oferecem plano de carreira.

“Eles avaliam os cursos que você faz, a sua dedicação e o interesse em atuar em níveis superiores”, conta Delgado. “Entrei aqui em dezembro passado, esperando crescer dentro de dois a três anos, nesse período, quero que meu salário cresça 40%.”

Para a Page Personnel, o salário médio oferecido a um programador seria os R$ 7,5 mil citados no início deste texto. Delgado tem três anos de experiência na área de tecnologia da informação (TI). Um sindicato desse ramo em São Paulo afirma que os salários não cresceram tanto e que ainda falta às empresas disposição para capacitar pessoal.

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