De acordo com a Fenacon 70%
das micro e pequenas empresas não fazem a contabilidade adequadamente.
Conhecer a fundo a situação
econômico-financeira da empresa é condição fundamental para o empresário que
quer ver seus negócios crescerem, já que as informações contábeis são
pré-requisitos estratégicos para a tomada de decisões gerenciais. Por meio da contabilidade
são gerados dados importantes sobre o negócio e a respeito de seus custos e
despesas, como rentabilidade do capital investido, capacidade de pagamento de
dividas, entre outros.
Entretanto, estimativas da
Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) apontam que
cerca de 70% das micro e pequenas empresas não realizam a contabilidade
adequadamente. “Embora a cultura dos empresários com relação a isso já
esteja mudando, muitos ainda encaram a contabilidade como uma obrigação, e não
como uma ferramenta de gestão”, avalia o presidente da Fenacon, Valdir
Pietrobon.
A gestão contábil de um
negócio pode parecer complicada para muitos empresários de pequeno porte –
especialmente os de primeira viagem – por isso, contar com boas parcerias neste
campo é fundamental. Mas como escolher e acompanhar o trabalho de um escritório
de contabilidade? Segundo informações do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC), existem atualmente mais de 80 mil organizações contábeis em todo o
Brasil.
Escolha
Uma prática cada vez comum é
de se iniciar a seleção pela internet. Mas é importante que o escritório esteja
localizado próximo à empresa, ou pelo menos na mesma cidade. “A legislação
contábil e as obrigações tributárias podem variar bastante de uma localidade
para outra”, explica Pietrobon. Nestes casos pode-se solicitar ao escritório
uma breve relação de clientes para procurar referências. Outra dica é buscar
indicações de empresários conhecidos que estão satisfeitos com o trabalho de
suas empresas contábeis.
O presidente da Fenacon alerta
que é imprescindível realizar uma consulta junto ao Sindicato das Empresas de
Serviços Contábeis (Sescon) do estado para verificar se o escritório é filiado,
bem como junto ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) para checar se tanto
a empresa como seus responsáveis estão devidamente inscritos e regulares no
exercício das suas funções. Por fim, é indicado visitar pessoalmente o
potencial escritório antes de contratá-lo, para conhecer seus representantes,
estrutura e dinâmica operacional.
Com relação aos honorários,
vale a regra do bom senso, já que os valores podem variar bastante devido aos
serviços demandados. O recomendado é levantar orçamento com algumas
contabilidades e então avaliar o “custo x benefício” de cada uma delas.
“Como em qualquer área, geralmente os serviços mais baratos não são os mais
qualificados, até porque quanto mais capacitados são os profissionais melhor é
sua remuneração”, pondera Pietrobon.
Acompanhamento
O primeiro passo é o empresário
conhecer minimamente os tributos e encargos que incidem na atividade da empresa
e acompanhar o recolhimento dos mesmos. Para tanto, deve-se solicitar
periodicamente à empresa contábil a Certidão Negativa dos principais órgãos
(Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Prefeitura Municipal) que é um dos
indicativos de que a empresa não possui pendências.
A orientação é pedir também um
balancete esporadicamente, assim como manter reuniões com os profissionais da
contabilidade, conforme acordado em contrato, para obter todas as informações
necessárias relativas ao período de análise. “Para facilitar o entendimento, a
análise financeira deve ter uma linguagem clara e descomplicada. Além disso, a
utilização de gráficos é de bastante utilidade, porque permite a visualização
das informações”, indica Pietrobon, lembrando que é essencial que a empresa
forneça à contabilidade informações precisas, no formato adequado e dentro dos
prazos estabelecidos.
Fundamental no momento de
abertura do negócio - já que ajuda no planejamento e indica os meios para a
formalização do negócio em âmbito municipal, estadual e federal - uma boa
assessoria contábil pode ajudar as empresas a reduzir significativamente a sua
carga tributária, como, por exemplo, orientando com relação à escolha e a uma
possível mudança do regime de tributação para um mais adequado em determinada
fase.
“É preciso avaliar caso a
caso, levando em consideração o orçamento e o resultado desejado pelo
empreendedor, pois nem sempre a melhor opção é o sistema simplificado”, conclui
o presidente da Fenacon. Algumas orientações que também podem auxiliar o
empresário são quanto ao nível de endividamento, se está adequado, se o negócio
está dando lucro, entre outras.
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